28 de jan. de 2011

Gerenciamento de Mudanças no contexto da Sustentabilidade Empresarial

Dentro do conceito deste Blog, onde a colaboração é "chave" para o fomento da discussão, compartilhamento e entendimento dos temas aqui discutidos, segue abaixo um Post preparado por uma colega minha da área. É esta excepcional profissional quem assina o artigo ao final deste Post.


Muito embora, o processo de Gerenciamento de Mudanças seja uma das ferramentas administrativas mais importantes dentro de uma organização, talvez seja também a mais ignorada pelos tomadores de decisão.

Somos levados a pensar que isso seria uma mania brasileira, visto que somos o povo da “última hora” e normalmente não temos tempo a perder com um processo de análise prévia das mudanças dentro da organização, verificando os “impactos positivos e/ou negativos” que tais mudanças possam gerar.

No entanto, a experiência nacional e internacional que tive com esse processo não demonstrou nenhuma mudança crítica em relação ao seu bom funcionamento.

Quando trazemos o Gerenciamento de Mudanças para os processos de Meio Ambiente, Saúde, Segurança e Responsabilidade Social, a situação fica ainda pior, pois a falta de representatividade desses profissionais nos processos diretivos fazem com que decisões sejam tomadas de forma caótica e algumas vezes até ridícula.

Quem nunca se deparou com uma máquina impossibilitada de uso e que está envelhecendo numa fábrica, pois não foi considerado o fator ergonômico de fim de linha que impede a retirada de peças e produtos por mão de obra humana. Ah, mas isso é fácil! Vamos buscar no mercado a solução desse pequeno problema. No entanto, ao se fazer isso, percebe-se que a solução é mais cara que a máquina toda e que a empresa teria economizado muito mais se já tivesse comprado um outro modelo de equipamento, que embora custasse um pouco mais na época, traria a solução completa sem necessidade de nenhuma correção ou adaptação adicional.

Bom, se a máquina ficar parada lá sem uso, isso é até melhor do que as famosas soluções caseiras de equipes de engenharia e manutenção muito criativas que tornam um simples equipamento produtivo, numa máquina quase mortal ao simples toque! Pode até parecer exagero, mas quem é da área já teve oportunidade de visualizar muito bem situações como essas.

Existem muitos exemplos de decisões que são cegas e equivocadas, vindo a gerar impactos negativos ao meio ambiente e a comunidade tais como: instalações de novas linhas que afetam as emissões líquidas e gasosas ou geram ruídos e odores na comunidade. Essas externalidades não podem ser ignoradas, pois à medida que geram precedentes, fazem com que os governos tomem suas ações, a maioria das vezes através de leis muito mal elaboradas (mas isso é um outro assunto que não abordaremos agora), gerando aumentos de custos, que refletem em aumentos de preços e que no final afetam toda a curva de oferta e demanda de uma organização, e aí é que a concorrência te pega de “calças curtas”. Essa é uma entre tantas outras formas de salientar como falta de um processo de Gerenciamento de Mudanças eficaz afeta não somente o pilar sócio ambiental da sustentabilidade, mas também o pilar econômico.

Muitos me questionam, como então aplicar um processo de Gerenciamento de Mudanças eficaz? A meu ver existem diversas formas, mas todas elas passam por um item crítico que não pode ser ignorado - o apoio da alta liderança! A partir daí, há diversas ferramentas simples ou mais sofisticadas, que usadas em conjunto com um grupo multifuncional que envolve, além do próprio gerador da mudança e seu “staff”, também profissionais de segurança, saúde, meio ambiente e responsabilidade social, o que garante que a mudança seja muito mais estruturada, segura e até mais econômica.

Voltaremos a falar desse assunto posteriormente dando mais detalhes e exemplos de ferramentas de Gerenciamento de Mudanças. Por hora, fica a mensagem para reflexão sobre este tema de fundamental importância.

Texto elaborado por Melissa Rocco de Oliveira